quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Trabalho: OBJETOS INCONGRUENTES

''Chuverna''


                               (objeto)


                                         (estudo)



''Luz a boiar''


                               (objeto)


                                                                (estudo)



''Hora pesada''


                               (objeto)

                                     (estudo)



''Lampulheta''


                                                (objeto)


                                                      (estudo)


Outros estudos:








terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Objetos Incongruentes

Os objectos que povoam o nosso quotidiano são identificados através das suas propriedades formais. Se os objectos são manufacturados ou fabricados pelo ser humano, partimos do princípio natural que a suas formas são determinadas pela função que deles se espera que cumpram; um copo ou um martelo, por exemplo, têm um conjunto de características formais que nos levam a identificar prontamente a sua função. Esse acto de identificação é, na maior parte das vezes, bastante simples: Ou sabemos o que é e para que serve um determinado objecto ou não sabemos. E é tudo.
Existem no entanto situações que podem ser muito mais ambíguas e que colocam em dúvida o sistema analítico que construímos para nos relacionarmos com o mundo e com os objectos. Essas situações, exaustivamente exploradas pelos movimentos surrealista e dadaísta, podem acontecer quando, de entre o conjunto de características presentes num objecto, uma delas é fortemente dissonante e entra em conflito com as restantes; pode ser um pão cuja cor é fortemente improvável – como no “Pão Azul” de Man Ray (1890-1976) – ou numa chávena e respectivo prato e colher que apresentam uma desconcertante textura de pêlo natural – como na “Chávena em Pele” de Meret Oppenheim (1904-1979).


Alguns objetos:












Meret Oppenheim (1904-1989)


Born in Berlin in 1913,Oppenheim passed her childhood in Switzerland and southern Germany where her father, a doctor long interested in Jung’s ideas, had a country medical practice. Her aunt had at one time been married to Herman Hesse; her grandmother had studied painting in Dusseldorf in the 1880s and later became well known as a writer of novels and children’s stories and as an activist in the Swiss League for Women’s Rights. Oppenheim took the latter’s example to heart, decided at an early age not to marry at all or at least not until later in life, and began hiding a sketchbook inside her hymnal during long and tedious church services.

At sixteen, stimulated by an exhibition of Bauhaus work at the Basel Kunsthalle that included the number paintings of Paul Klee, she produced her first “surrealist” work, an equation between X and a drawing of a rabbit in a school notebook. She wouki later present this first Cahier d’une Ecoliere to the Surrealist leader, Andre Breton. Leaving school the following year, Oppenheim met some of the artists of the Neue Sachlichkeit and began making pen and ink watercolors, many of which have an air of expressive caricature not unlike that of Klee’s early etchings.

She arrived in Paris in May 1932, rented a room at the Hotel Odessa in Montparnasse, and enrolled briefly at the Academic de la Grande Chaumiere. Soon bored by the academic routine at the academy, she began to spend her days in galleries and cafes, writing her first poems in the Cafe du Dome where she met Giacomettiin 1933. Through him she met Sophie Taeuber and Hans Arp, Kurt Seligmannand Max Ernst . Giacometti and Arp became her first artistic mentors; Ernst and Man Ray her intimate companions.

Giacometti, who was earning a living making furniture and objects, encouraged her to make her first Surrealist object, a small piece titled Giacometti’s Ear (1933). He andArp invited her to exhibit with them at the Salon des Surindependents in 1933; after that she frequented Surrealist meetings and gatherings, increasingly identifying her life and her art with the movement.

Her youth and beauty, her free spirit and uninhibited behavior, her precarious walks on the ledges of high buildings, and the “surrealist” food she concocted from marzipan in her studio, all contributed to the creation of an image of the Surrealist woman as beautiful, independent, and creative. But this public persona was of little help, in fact was almost certainly a hindrance, in her search for artistic maturity. The objects that insured her place in subsequent histories of the movement offer flashes of brilliance rather than evidence of sustained artistic growth, and she was, even at that time, conflicted and uncertain about her life as an artist.

She had been named after the Meretlein or “Little Meret” of Gottfried Keller’s storyGreen Henry. Participated in Surrealist meetings and exhibitions until 1937 and again, more sporadically, after the war until shortly before Breton’s death in 1966.

Her fur-lined teacup, exhibited at the Museum of Modern Art, New York, in 1937, was chosen by visitors to the exhibition as the quintessential Surrealist symbol. Oppenheim’s return to Basel in 1937 marked the beginning of an eighteen-year period of artistic crisis and redirection. In 1939 she took part in an exhibition of fantastic furniture with Leonor Fini, Max Ernst, and others at the Galerie Rene Druin and Leo Castelli in Paris.

A major retrospective of her work was organized by the Moderna Museet in Stockholm in 1967. For the latter part of her life, lived and worked in Berne and Paris.

WORKS:





sábado, 21 de janeiro de 2012

Ready made

O ready made nomeia a principal estratégia de fazer artístico do artista Marcel Duchamp. Essa estratégia refere-se ao uso de objetos industrializados no âmbito da arte, desprezando noções comuns à arte histórica como estilo ou manufatura do objeto de arte, e referindo sua produção primariamente à ideia.Considera-se que a característica essencial do Dadaísmo é a atitude anti-arte.

De fato, é a partir da década de 1960, com os chamados neodadaistas (como Rauschemberg) e os artistas conceituais (como Joseph Kosuth) que Duchamp e sua obra seriam resgatados do limite do movimento dada para tornar-se uma influência sobre toda a arte contemporânea, rivalizando assim com Picasso no papel de maior artista do século XX.

O ready-made é uma manifestação ainda mais radical da intenção de Marcel Duchamp de romper com a artesania da operação artística, uma vez que se trata de apropriar-se de algo que já está feito: escolhe produtos industriais, realizados com finalidade prática e não artística (urinol de louça, pá, roda de bicicleta), e os eleva à categoria de obra de arte.

O ready-made caracteriza-se por uma operação de sentido que faz retornar o literário ao problema da arte, contrariando a ênfase modernista na forma do objeto artístico. O conceito de alegoria retorna na forma de uma operação que a materializa concretamente. E ao adotar tal operação de sentido, Duchamp termina por implicar mais que a obra de arte; é necessário tratar de toda a constelação estética que envolve a obra e da conjuntura de sentido que a produz, mas também a que a sustenta e sanciona.

É o caso de "Fonte", de 1917. A operação que o caracteriza é o deslocamento de uma situação não artística para o contexto de arte. Tal operação é marcada por sua apresentação como escultura e assinatura. À inversão física do objeto corresponde a inversão de seu sentido, que se espelha no corpo do espectador. Do mesmo modo, "Porta-garrafas" (1914, readymade) e "Roda de bicicleta" (1913, readymade assistido) tiram partido de um deslocamento e manipulação do objeto para tornar o sentido de sua aparição crítico.

Ao longo de seu trabalho, Duchamp termina por qualificar a produção de ready mades. A expressão refere-se primariamente aos objetos que não sofreram transformação formal. Na qualidade de objetos, assim, de algum modo transformados, temos os Ready mades retificados, corrigidos e recíprocos, segundo o modo pelo qual sua forma sofre interferência por parte do artista.

Como em outros casos, está implícito o típico propósito dadaísta de chocar o espectador (o artista, o crítico, o amador de arte), choque que caracteriza a atitude das vanguardas (que necessitam desse choque para reformular o conceito de arte) e persiste frequentemente na arte contemporânea. Mas o ready-made também evidencia sua constituição em uma neutralidade estética, a partir da qual a operação de sentido é proposta : o ready made inicia numa "indiferença visual" : "...a ideia sempre vinha primeiro, e não o exemplo visual", o que é, "...uma forma de recusar a possibilidade de definir a arte." (em Entrevista com Pierre Cabanne)

Uma arte calcada no conceito, que se desenvolve a partir do ‘'encontro'’ (rendez-vous), ou seja, do achado fortuito, da blague que dota o objeto de sentido de modo desinteressado, e que, assim, fará com que a obra exista para qualquer sujeito do mesmo modo.



Exemplos de Marcel de Duchamp:



Dadaísmo

O movimento dadaísta, também conhecido por Dada, desenvolveu-se na Europa e nos Estados Unidos a partir de 1915. O seu nome, escolhido aleatoriamente num dicionário, deve-se ao poeta e ensaísta romeno Tristan Tzara (1896-1963).
Manifestando-se essencialmente nas artes plásticas (como a pintura, a escultura, o desenho e a fotografia), na literatura, na música e no teatro, o Dadaísmo traduz a instabilidade social e cultural provocada pela guerra.


Considerado pelos seus membros uma tendência anti-artística, este movimento constituiu uma reação contra as formas tradicionais de produção artística e contra o próprio sistema ainda ligado ao academismo e à produção objeta, de sentido mercantilista. Na sua vontade de negação das estéticas conservadoras e dos valores sociais estabelecidos, os dadaístas frequentemente usaram métodos artísticos e literários intencionalmente incompreensíveis, criando místicas performances teatrais e organizando escandalosas exposições.
Traduzindo o espírito coletivo de destruição, de angústia e de nihilismo que a guerra imprimiu a muitos países do mundo, as primeiras manifestações de carácter dadaísta ocorreram em simultâneo, em 1916, na Suíça, na França e nos Estados Unidos da América.

As ações dadaístas do grupo de Zurique, proporcionadas pela neutralidade da Suíça durante a guerra, foram protagonizadas por Tzara e pelos alemães Hugo Ball, Richard Hulsenbeck e Hans Arp (um dos mais importantes artistas deste movimento), fundadores do Cabaret Voltaire, um espaço polivalente que assumia funções de sala de exposições, de teatro e de reuniões literárias, no qual os artistas desenvolviam atividades experimentais ligadas ao teatro, música e expressão corporal, assim como a poesia sem sentido e o desenho automático e aleatório.

Em Nova Iorque, a formação do movimento Dada teve o impulso do grupo Stieglitz, formado pelo fotógrafo Man Ray (1890-1976), pelo pintor espanhol Francis Picabia e pelo francês Marcel Duchamp (1887-1968). Este último que, desde 1915, estava instalado nos EUA, constituiu o expoente máximo do dadaísmo. Precursor da vertente mais destrutiva e anti-artística desta corrente, Duchamp tornou-se famoso pelos ready-made ou object trouvé, que consistia no uso de objetos comuns e banais, retirados do seu contexto tradicional e então considerados arte.
Depois da guerra, o movimento conheceu uma grande expansão, nomeadamente em Paris e na Alemanha. Neste último país, que atravessava uma pesada crise social, as manifestações dadaístas adotaram um cunho mais político, sendo frequentemente alvo de várias ações de repressão policial. Os dois núcleos principais do movimento neste país estavam sediados nas cidades de Berlim e de Colónia. O grupo de Berlim foi criado em 1917 por Hulsenbeck e integrava George Grosz (caricaturista da burguesia e do militarismo alemães) e o pintor e escritor Kurt Schwitters (famoso pelas suas colagens de papel desperdiçado). No grupo de Colónia destaca-se o trabalho dos pintores Max Ernst e de Hans Arp.

Tal como muitos dos movimentos de vanguarda surgidos na primeira metade do século XX, o dadaísmo criou, em 1917, uma revista de divulgação, cuja direção ficou a cargo do poeta Tristan Tzara. Em 1918 foi incluído, no segundo e último número da revista, O Manifesto Dadaísta.
Em 1922 foi inaugurado um salão Dada na galeria Montaigne em Paris, o que constituiu uma das suas últimas manifestações coletivas devido às controvérsias geradas relativamente ao protagonismo que a vertente literária do grupo vinha assumindo.
Devido ao seu gosto pelo non sense e pelo irracional, o dadísmo teve um papel fundamental no desenvolvimento do Surrealismo na década de 20. Foi igualmente precursor de muitos movimentos artísticos formados na segunda metade do século, como a Arte Pop, a Arte Cinética e o Fluxus, e de expressões como o happening e a performance.


Alguns principais artistas:
- Tristan Tzara
-
Marcel Duchamp
-
Hans Arp
- Julius Evola
- Francis Picabia
- Max Ernst
- Man Ray
- Raoul Hausmann
- Guillaume Apollinaire
- Hugo Ball
- Johannes Baader
- Arthur Cravan
- Jean Crotti
- George Grosz
- Richard Huelsenbeck
- Marcel Janco
- Clement Pansaers
- Hans Richter
- Sophie Täuber
- Chirico
- Feininger
- Kandinsky
- Klee
- Kokoshka
- Mondigliani
- Picasso

A Fonte, de Marcel Duchamp

Colagem de Hannah Hosh

Marcel Duchamp

O Violino de Ingres, Man Ray

Ready-made, Marcel Duchamp


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Surrealismo

Uma das principais correntes estéticas do século XX, o movimento surrealista foi liderado por escritores como André Breton, Paul Éluard e Pierre Reverdy. Em 1924, após o estudo da pintura de Giorgio De Chirico, André Breton publica aquele que se tornaria o ato fundador e o programa estético do movimento, o "Manifesto do Surrealismo", através do qual defendeu um processo criativo assente no automatismo psíquico. A partir daí o poeta assumiu-se como o principal ideólogo do movimento, publicando um segundo manifesto em 1929.


Artes Plásticas e Decorativas
Entre os artistas que integraram o grupo fundador do movimento destacaram-se Marcel Duchamp, Francis Picabia, Max Ernst, Hans Arp e Man Ray. Em 1929 juntaram-se Pierre Roy, Georges Malkine, os espanhóis Salvador Dali e Joan Miró e o suíço Giacometti. Em simultâneo, formaram-se grupos de artistas surrealistas em vários países, como a Bélgica (com os pintores René Magritte e Paul Delvaux), Portugal, Estados Unidos, Japão, etc. Em Portugal a assimilação desta corrente foi mais tardia, manifestando-se na primeira metade da década de 40, em plena Segunda Guerra Mundial. Teve como principais representantes os pintores António Pedro, António Dacosta e Cândido da Costa Pinto.Apesar do carácter vanguardista e revolucionário e da aparente rutura com a história, os surrealistas apoiaram-se em trabalhos de artistas como Bosch, Piranesi, Goya, Chagall ou Klee e em movimentos como o Maneirismo, o Romantismo, o Simbolismo, a Pintura Metafísica e o Dadaísmo. Deste último retomaram algumas experiências (como a criação através de processos automáticos ou aleatórios) que levaram a um nível mais radical. Procurando apresentar o lado dissonante da personalidade humana, desenvolveram novas formas expressivas, das quais se salientam os desenhos automáticos de Masson e as colagens e frottages de Max Ernst.O Surrealismo procurou ultrapassar a perceção convencional e tradicional da realidade, desenvolvendo pesquisas estéticas fundamentadas nas descobertas freudianas do valor do inconsciente enquanto complemento da vida consciente e da capacidade comunicativa do sonho. Desta forma conseguem ultrapassar o nihilismo redutor do Dadaísmo, procurando então associar elementos díspares, através da dissociação dos objetos dos seus contextos convencionais de forma a obter significações inesperadas.
Recusando uma rígida unidade estilística, o surrealismo concretizou-se num espetro muito alargado de linguagens que iam desde o realismo mais minucioso de Dali, de Magritte e de Paul Delvaux, às tendências mais abstratas de Miró ou de Hans Arp, englobando expressões como a pintura, a escultura, a fotografia ou o cinema. Desaparecendo enquanto movimento organizado com o eclodir da Segunda Guerra Mundial, o Surrealismo teve repercussões consideráveis para o desenvolvimento de muitas das correntes artísticas da segunda metade do século XX, como a Arte Pop, a Performance Art, ou os grupos Cobra e Fluxus.




Alguns Artistas:


Andre Breton


Andre Massons


''Tubérculo'', Carmen Calvo


''Cavalli in Riva al Mare'', Chirico


Chuck E. Bloom


''Capelli'', Guido Galderisi


''Pastor de Nuvens'', Hans Arp


''Dolls'', Hans Bellmer


''A Morte e o Avarento'', Hieronymos Bosh


''Mulher ao Luar'', Ismael Nery


''Femmes, oi seux'', Joan Miró


''Die Shwankende Frau'', Max Ernest


Paolo Laconi


''Tra Realtà e Sogno'', Roberto Cantoro


''O Sono'', Dali


Silvano Simonini


''Estasi Leggerezza gioia'', Valerio Savino


Vladimir Kush


''Condição Humana'', Magritte