terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Objetos Incongruentes

Os objectos que povoam o nosso quotidiano são identificados através das suas propriedades formais. Se os objectos são manufacturados ou fabricados pelo ser humano, partimos do princípio natural que a suas formas são determinadas pela função que deles se espera que cumpram; um copo ou um martelo, por exemplo, têm um conjunto de características formais que nos levam a identificar prontamente a sua função. Esse acto de identificação é, na maior parte das vezes, bastante simples: Ou sabemos o que é e para que serve um determinado objecto ou não sabemos. E é tudo.
Existem no entanto situações que podem ser muito mais ambíguas e que colocam em dúvida o sistema analítico que construímos para nos relacionarmos com o mundo e com os objectos. Essas situações, exaustivamente exploradas pelos movimentos surrealista e dadaísta, podem acontecer quando, de entre o conjunto de características presentes num objecto, uma delas é fortemente dissonante e entra em conflito com as restantes; pode ser um pão cuja cor é fortemente improvável – como no “Pão Azul” de Man Ray (1890-1976) – ou numa chávena e respectivo prato e colher que apresentam uma desconcertante textura de pêlo natural – como na “Chávena em Pele” de Meret Oppenheim (1904-1979).


Alguns objetos:












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