Uma das principais correntes estéticas do século XX, o movimento surrealista foi
liderado por escritores como André Breton, Paul Éluard e Pierre Reverdy. Em
1924, após o estudo da pintura de Giorgio De Chirico, André Breton publica
aquele que se tornaria o ato fundador e o programa estético do movimento, o
"Manifesto do Surrealismo", através do qual defendeu um processo criativo
assente no automatismo psíquico. A partir daí o poeta assumiu-se como o
principal ideólogo do movimento, publicando um segundo manifesto em 1929.
Artes Plásticas e Decorativas
Entre os artistas que integraram o grupo fundador do movimento destacaram-se Marcel Duchamp, Francis Picabia, Max Ernst, Hans Arp e Man Ray. Em 1929 juntaram-se Pierre Roy, Georges Malkine, os espanhóis Salvador Dali e Joan Miró e o suíço Giacometti. Em simultâneo, formaram-se grupos de artistas surrealistas em vários países, como a Bélgica (com os pintores René Magritte e Paul Delvaux), Portugal, Estados Unidos, Japão, etc. Em Portugal a assimilação desta corrente foi mais tardia, manifestando-se na primeira metade da década de 40, em plena Segunda Guerra Mundial. Teve como principais representantes os pintores António Pedro, António Dacosta e Cândido da Costa Pinto.Apesar do carácter vanguardista e revolucionário e da aparente rutura com a história, os surrealistas apoiaram-se em trabalhos de artistas como Bosch, Piranesi, Goya, Chagall ou Klee e em movimentos como o Maneirismo, o Romantismo, o Simbolismo, a Pintura Metafísica e o Dadaísmo. Deste último retomaram algumas experiências (como a criação através de processos automáticos ou aleatórios) que levaram a um nível mais radical. Procurando apresentar o lado dissonante da personalidade humana, desenvolveram novas formas expressivas, das quais se salientam os desenhos automáticos de Masson e as colagens e frottages de Max Ernst.O Surrealismo procurou ultrapassar a perceção convencional e tradicional da realidade, desenvolvendo pesquisas estéticas fundamentadas nas descobertas freudianas do valor do inconsciente enquanto complemento da vida consciente e da capacidade comunicativa do sonho. Desta forma conseguem ultrapassar o nihilismo redutor do Dadaísmo, procurando então associar elementos díspares, através da dissociação dos objetos dos seus contextos convencionais de forma a obter significações inesperadas.
Recusando uma rígida unidade estilística, o surrealismo concretizou-se num espetro muito alargado de linguagens que iam desde o realismo mais minucioso de Dali, de Magritte e de Paul Delvaux, às tendências mais abstratas de Miró ou de Hans Arp, englobando expressões como a pintura, a escultura, a fotografia ou o cinema. Desaparecendo enquanto movimento organizado com o eclodir da Segunda Guerra Mundial, o Surrealismo teve repercussões consideráveis para o desenvolvimento de muitas das correntes artísticas da segunda metade do século XX, como a Arte Pop, a Performance Art, ou os grupos Cobra e Fluxus.
Alguns Artistas:
Andre Breton
Andre Massons
''Tubérculo'', Carmen Calvo
''Cavalli in Riva al Mare'', Chirico
Chuck E. Bloom
''Capelli'', Guido Galderisi
''Pastor de Nuvens'', Hans Arp
''Dolls'', Hans Bellmer
''A Morte e o Avarento'', Hieronymos Bosh
''Mulher ao Luar'', Ismael Nery
''Femmes, oi seux'', Joan Miró
''Die Shwankende Frau'', Max Ernest
Paolo Laconi
''Tra Realtà e Sogno'', Roberto Cantoro
''O Sono'', Dali
Silvano Simonini
''Estasi Leggerezza gioia'', Valerio Savino
Vladimir Kush
''Condição Humana'', Magritte
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